Um corretor da pesada

10/13/2022

man in black crew neck shirt
man in black crew neck shirt

Um sonho de todo o gaúcho e, cá entre nós, de qualquer um que visite Gramado, é ter uma "casa de inverno" nessa encantadora cidade da serra.

Durante a pandemia eu e minha família ficamos em casa totalmente em reclusão e isto nos rendeu uma bela poupança. Afinal, foram cerca de 18 meses gastando só para a subsistência. Aliás, não imaginava que gastássemos tando no dia a dia e em viagens. Mas, enfim, conseguimos economizar um bom dinheiro, somado com o que já tínhamos em poupança e mais uns terrenos de herança de família que vendemos.

O fato é que ficamos meses procurando um imóvel para ter uma segunda morada. No início nem estávamos tão certos de ser Gramado a cidade escolhida, mas, com o passar dos meses, e as economias aumentando, fomos focando mais e mais nesta bela (e cara) cidade.

Foram vários meses, dezenas de imóveis examinados e igualmente dezenas de corretores contactados com quase uma dezena de visitas.

Qualquer um que já passou por este processo de compra sabe o que é lidar com um corretor. Os caras tão ali fazendo o trabalho deles, eu entendo, mas o trabalho deles é tentar socar goela abaixo o primeiro imóvel que tu te interessar. E, nessa intenção, usam argumentos exagerados, falam demais, mostram demais, falam demais, explicam o que não sabem, falam demais, mentem e... eu já falei que falam demais? É complicado...

Lá pelo final da quarentena, após a primeira dose da vacina, demos sorte de achar uma casa realmente diferenciada. Como dizem: boa e barata. Mas, é claro, o corretor era "daqueles"...faladores e beirando a mentira.

Minha esposa que não é de aturar qualquer deslize, além de ser uma pessoa desconfiada por natureza, começou a colecionar "mentirinhas" dele e já estava se programando para "dizer umas e outras" após a assinatura do contrato.

Só que, um pouco antes da assinatura, ainda na fase de análise da minuta, onde pesquisamos os vendedores, o imóvel e tudo mais...ela resolveu também pesquisar o tal corretor.

Maldita ideia…

Olhamos no LinkedIn, nos sistemas de processos judiciais, no Google em geral e…pimba!

Isso mesmo: PIMBA!

Achamos uma notícia de 1995 da Folha de São Paulo. Um repórter local, de Porto Alegre, criou a matéria.

Coisa de doido!!

O nosso corretor, há 26 anos atrás, tinha esfaqueado e matado a própria mãe!!

Pode?

Maldita pesquisa!

O cara era viciado em cocaína e se desentendeu com sua mãe.

Já pensaram? Um corretor assassino assim?

A coisa ficou tensa e eu perguntei pra minha esposa: ainda vai querer dizer “aquelas verdades” pro nosso corretor após a assinatura do contrato?

…e ficamos quietinhos.

Porto Alegre, setembro 2022